domingo, janeiro 24, 2010

O bolo-rei

Já passou a época do bolo-rei.
Eu estou como o outro. Nem gosto de bolo-rei.
Só escrevo sobre o bolo-rei por uma razão. Porque o meu sentido de dever diz-me que para escrever sobre o bolo-rei.
Bom. Na verdade diz-se só para escrever. Mas como o bolo-rei é um assunto tão bom como qualquer outro, é sobre ele que me debruço. (Sobre o assunto, não sobre o bolo.)
Devem estar à espera que eu fale sobre o brinde e sobre a fava.
Então cá vai:
Já não há brinde nem há fava. Agora é proibido porque as criancinhas podem-se engasgar. Esse argumento é uma treta porque o bolo-rei é para os adultos e para as criancinhas (eu incluido) há o pão de ló que é uma maravilha. Até com chouriço.
ganhar o brinde também nunca era nada de especial. Uma cruzinha para pendurar num colar não cativa ninguem.
A fava era, essa sim, um problema. Era essa a ideia mas era injusto. Não bastava ter de comer uma fatia de bolo-rei com a a fava que é fraca em toda a linha (mesmo para quem gosta de bolo-rei e de favas), como ainda por cima obrigava a pagar o próximo bolo-rei.
Era quase como mandar quem a apanhasse á fava. Mandar á fava é bom porque não obriga a dizer palavrões. E por escrito, principalmente na internet, não gosto de os usar porque não sei a que horas as pessoas os poderão ler.
O bolo-rei tem frutos secos e frutas cristalizadas. Fora isso é bom.
O bolo-rainha é uma modernice e nem interessa saber o que leva. A Maria Cavaco Silva serviu desse á rainha Sofia. Do bolo-rei também. mas o João Carlos não estava lá.
Em 1910 quis passar-se a chamar ao bolo-rei, bolo-presidente ou bolo-Arriaga. Mas não pegou, apesar de se adequar melhor ao regime republicano que nessa altura começou a vigorar.
Por um lado é bom. Já viram o embaraço que era para o Cavaco não conseguir comer bolo-presidente? Se calhar foi por isso que ele e o João Carlos não foram tomar chá e comer bolo com suas esposas durante a cimeira ibero-americana.
Mas seria giro. Depois saía a fava ao rei de Espanha e lá tinha o contribuinte de pagar a viagem a Madride para o senhor presidente ir comer bolo.
Assim foi melhor.
Sem mais me despeço desejando saudinha... da boa, claro.

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