quinta-feira, dezembro 11, 2008

Os elevadores

Eles sobem e descem para cima e para baixo. Parecem as acções nos mercados da bolsa. Mas estas só descem. É por causa da crise.
No fundo, são como a vida e os interruptores, ora para cima, ora para baixo, ora parados.
Às vezes estão parados e nós à espera.
Às vezes até ficam parados com gente dentro e com a porta fechada. Habitualmente, isto acontece por causa do famigerado, artigo 75. (O artigo 75 é uma coisa quem não me apetece explicar o que é. Mas, pelo sim, pelo não, não parem o elevador sem ser preciso.)
Às vezes, até ficam parados com pessoas dentro porque entrou o artigo 75 e nós à espera.
Cheguem, inclusivamente a cair, enquanto as escadas ficam ali, rijas. Aconselham-se até quando está tudo arder. Mas a arder a sério, com chamas. E brasas. E labaredas. E fumo que dava para curar mil presuntos. E assim.
Mesmo assim, todos gostamos dos elevadores. E porquê?
Porque graças a eles não nos cansamos tanto, porque têm botões e também têm amiude um autocolante amarelo com um homem entado com um caixote do lixo. E têm um espelho.
Gostamos tanto de elevadores, que até nos sujeitamos a entar num lugar pequenissimo com os vizinhos todos.
E depois, nem olhamos para eles de frente nem deixamos de olhar. E baralhamo-nos com as frases "bom dia", "boa tarde" e "boa noite".
Mas acertamos sempre quando falamos da chuva e do frio.
Ainda assim, eu gosto dos ascensores, como eles gostam de ser tratados. Principalmente, quando vou subir muito e estou carregado.
Não gosto é daqueles panorâmicos porque dão vertigens nem dos da casa do Martins porque são estúpidos.